segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Café...

Artista do Café

Gostaria de indicar o trabalho dessa super artista chamada Valéria Vidigal. Ela pinta quadros maravilhosos com temas de café.

Seu site: http://www.valeriavidigal.com.br



 O princípio da relação de Valéria Vidigal com a pintura e com as culturas do café está em sua própria gênese enquanto ser humano. Foi gerada meio ao cheiro das resinas e pastéis oleosos com os quais sua mãe, a artista plástica Maria Auxiliadora Vidigal, pintava. Nascida em Viçosa, interior de Minas Gerais, a menina cresceu seguindo o olfato e a memória, reconhecendo e identificando os elementos da pintura e  os seus instrumentos. Muito cedo rabiscava, mesmo que ainda sem reconhecer o próprio trabalho tal como arte.

Do café, a vivência da tradição mesclada ao método e perseverança, herdados do pai, João da Cruz Filho (1937- 1990), fitopatologista e professor, inventor da Calda Viçosa. Entre suas lembranças mais remotas, está o ato de moer café na cozinha da “ Vó Nicota “ , prática que foi, ao mesmo tempo brincadeira de criança e vivência cultural.

A arte da mãe e a ciência do pai. Sensível e racional se acomodam em doce medida em seu trabalho, desde muito cedo. Aos 11 anos começou a frenquentar ateliers, quando ela passou a reproduzir parte da cultura da qual cresceu. Valéria pintava marinhas, casarios, naturezas mortas e também utilizava o café como elemento , ação que veio a se consolidar como tema a partir de 2003.

Valéria formou-se em Economia Doméstica, na Universidade Federal de Viçosa (MG), onde conheceu Gianno Brito, engenheiro agrônomo, também de tradicional família de cafeicultores, com quem veio a se casar, mudando-se para Vitória da Conquista (BA) em 1992. Seu marido já comercializava alguns de seus trabalhos na Bahia e, quando para lá se mudaram, a artista abriu uma galeria de arte e escola de pintura, foi colaboradora de rádio, televisão e jornal, e continuou a pintar seus quadros. Hoje, com três filhos, Rafaela, Isabela e Renato, formam uma família de cafeicultores.

Como marchant durante oito anos e professora de pintura durante 15 anos, a artista adquiriu mais maturidade e segurança, e isto ficou expresso em suas telas desde então. Hoje, Valéria é reconhecida em diversas partes do Brasil, participa de exposições em eventos sobre café de nível internacional e tem quadros em países como Suíça, Itália, Portugal, Estados Unidos, México e Venezuela.

Ilustradora renomada e reconhecida de capas de livros científicos sobre café, teve sobre ela matérias especiais em publicações como o Anuário Brasileiro do Café 2007, Revista do Café, L’ESPRESSO e outras.

A experiência pedagógica trouxe à Valéria Vidigal ainda mais maturidade e critério, cujo resultado se pode acompanhar pela evolução do seu trabalho. Sua técnica tornou-se mais exigente com o passar dos anos, e ela é definida pela busca do naturalismo, pelo rigor com perspectiva, pelo trato da luz, e também pela sensibilidade estética nas composições. Tem sua obra catalogada no Anuário Brasileiro de Artes Plásticas e sua história está incluída na publicação do editor Antonio Carlos Moreira, o livro “História do café no Brasil”.

Em janeiro de 2003, a artista decide assumir como tema unicamente o café. Não obstante toda a sua história ter estado ligada a esta cultura em suas diversas formas, Valéria teve uma experiência marcante, que foi um contato com o pai, de quem recebeu uma mensagem espiritual, e esta experiência teve um impacto e uma influência muito fortes sobre a sua decisão. A partir daí, com este direcionamento temático, Valéria tem obtido efeitos cada vez mais apurados. A ponderação dos traços passa a refletir maturidade para reconhecer o essencial na pintura, para ela, sua própria vida.

Como o desdobramento desta fase, Valéria Vidigal reafirma sua vocação para o café e a sua sensibilidade para retratá-lo. Herança, do rigor científico paterno, docemente misturado aos sentimentos de leveza e equilíbrio que inspiram seu trabalho na arte, ofício da mãe. O resultado da mescla, uma artista independente, com personalidade e estilos próprios, que se reafirma em cada trabalho, todos eles reconhecidos. Nenhuma pretensão de revolucionar a pintura ou mudar o mundo, mas o interesse convicto em retratar o seu mundo, com suas cores e seu tema, o café, os seus modos e saberes.

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