quarta-feira, 5 de maio de 2010

BICA CORRIDA da Princesa Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon d'Orléans

Micro-Lote Históricoooooooo


Incentivado pelo mercado de cafés especiais brasileiros, que cada dia vem se especializando em encontrar e oferecer aos nossos apreciadores um café super, mega, hiper diferenciado, descobri esse café no Sul de Minas.

Região: Cristina - Sul de Minas
Altitude - 1100m
Espécie/Variedade - Arábica/ Bourbon 
Peneira: Bica Corrida (Tem de Tudo!!!)

Mas como assim café da Princesa Isabel??? Bem, isso se chama Marketing da Cafeína... Existe isso? haha

Então, descobri que a nossa querida Princesa Isabel visitou a cidade de Cristina em 1868 e pásmem, segundo o relato das gerações seguintes, a Princesa brincou ao meio do cafezal com seu marido o Conde D'eu, logo, o tal talhão foi oferecido de presente e recebeu o nome do casal.


Diz a lenda também, que esses pés de cafés foram plantados a partir das mudas que o tal Palheta trouxe das Guianas.


Agora falando sério...essa é a minha forma ironica de enxergar o mundo do café que transformaram grãos peneiras 14,15 e moka rejeitados em café CAMPEÃO!!! Haja cara de pau!!! hehehe


Mas para quem se interessa por história... Segue a visita da Princesa a cidade de Cristina...

VISITA DA PRINCESA ISABEL E DO CONDE D’EU A CRISTINA, EM 1868.
DESCRIÇÃO TIRADA DO PRIMEIRO LIVRO DE ATAS DA CÂMARA MUNICIPAL
  “Sessão Extraordinária do Dia 7 de Dbrº de 1868
  Prezidª do Snr. Dr. Ribeiro da Luz.
As horas de costume na sala das Sessões da Camara Municipal desta Villa Christina reunidos os Snrs. Vereadores Dr. Ribeiro da Luz, Cappm. Baptista Pinto, Souza, e Pereira Pinto declarou o Snr. Presidente aberta a sessão, e lida a acta da antecedente foi aprovada e assinada. Por proposta do Snr. Presidente deliberou a Camara unanimente mandar lavra uma acta especial, declarando para todo o tempo constar, que S. M. Imperial, a Snrª Princesa D. Isabel, e o serenissimo Principe consorte o Snr. Conde d’Eu dignarão-se de honrar os habitantes desta Villa, vizitando-a no dia primeiro do corrente e demorando-se na mma. Desde as honze goras de referido dia primeiro até as seis do dia emediato, dois de Dezembro, aniversario natalicio de S. M. o Imperador o Snr. D. Pedro 2º. Augusto Pae da mª Princesa, a Snra. D. Izabel.. Deliberou mais a Camª que se declarasse que S. S. A. A. forão recebidos pela população desta Villa com todo jubilo, enthusiasmo, que hospedarão-se em casa do Snr. Presidente desta Camara Dr. Joaquim Delfino Ribeiro da Luz, que a noite dignarão-se de assistir o Te Deum que mandou a Camara celebrar em acção de graçaspela feliz viagem de  S. S. A. A. E pela distincta honra que fizerão a esta Villa com sua vizita – que logo depois receberão a Camara Municipal que foi cumprimentar S. S. A. A., e que dirigindo-lhes o Snr. Presidente a seguinte felicitação – Senhora – A Camara Municipal desta Villa, fiel interprete dos sentimentos dos seus municipes, vem com a maior satisfação apresentar aos pés de Vossa A. I. e de S. A. o Snr. Conde d’ Eu suas jubilosas saudações, congratulando-se pela feliz viagem de V. A. Imperial, e do illustre Principe vosso Augusto Consorte. Há dois mezes fomos ao vosso encontro, quando seguias viagem para as Aguas Virtuosas, render as homenagens do nosso culto e respeito à V. A. I., hoje não viemos cumprir só este dever para com a Augusta Filha de nosso idolatrado Imperador, viemos manifestar à V. A. I., e ao vosso Serenissimo Consorte, os nossos sentimentos de gratidão e reconhecimento por haverdes concedido a este lugar com a grandiosa honra de vossa vizita, e ao mesmo tempo offerecer-vos nossas despedidas. Senhora – Si a denominação de Villa Chistina que esta povoação lhe concedeu a Assembleia Legislativa Provincial à pedido de seus habitantes, exprime um sentimento de respeitosa lembrança, e veneração à S. M. a virtuosa Imperatriz, vossa Augusta mãi, é com prazer que o recordamos em prova de nossa nunca desmedida lealdade e sincero amor, e dedicação à illustre Dinastia, que felizmente derige os destinos da primeira nação da America do Sul.(...)”
Todo esculpido em cedro, com 2m de altura e 3m de largura, o quadro retrata chegada da Princesa Isabel a Cristina. A obra impressiona pelas suas proporções e riqueza de detalhes, bem como a excelente técnica mostrada pelo artista plástico João Honorato Ferreira. Mesmo tendo sido idealizado em 1934 pelo prefeito Antônio Cândido de Toledo, a confecção do quadro somente foi possível na gestão do prefeito Miguel Aley, em 1977. O trabalho foi iniciado em 04 de outubro de 1978, sendo concluído em 1° de dezembro de 1979. A escultura está em exposição permanente no saguão da Prefeitura Municipal e é tombada como patrimônio do município.
 
CRISTINA E A VISITA DA PRINCESA
Por Sebastião Roberto de Campos*
Minas Gerais tem cidades que nos enternecem à primeira vista. Cristina é uma delas. Este nome é de origem latina e provém de CHRISTUS que, em português, como está bem claro, significa CRISTO. (...)
Em 1º de dezembro de 1868, a cidade recebeu a visita da Princesa Isabel, que se fez acompanhar de seu sereníssimo esposo, o fidalgo francês CONDE D’EU. A festa de recepção, segundo contam os mais antigos, revestiu-se de uma beleza só entrevista em sonhos. Todas as foram enfeitadas para receber os nobres visitantes; a história registrou esse acontecimento com singular relevo. Em 7 de dezembro de 1868, a Câmara Municipal lavrou uma ata especial nesse sentido, a qual se encontra transcrito no livro nº 1 dos atos do legislativo. Nela, os edis falam da nobreza do espírito de Sua Alteza, que veio a Cristina “para enxugar as lágrimas dos órfãos e viúvas”. Aliás, segundo a história, a Princesa Isabel e seu augusto esposo eram dados à prática da caridade, razão por qual se tornaram amados pelo povo brasileiro. Ainda, na mesma ata, que pudemos examinar, a população de Cristina pedia perdão à “Princesa ilustre e magnânima por não saber a cidade pequenina e singela terra do sul de Minas- corresponder a tal honrosa e oportuna visita”.
Para homenageá-los, seus ilustres nomes passaram a denominar duas ruas da localidade. A serra local- reserva ecológica já tão cara na época- recebeu o nome de “Serra Conde d’Eu”.
Conta-nos a tradição oral que a Princesa, após visitar Cristina, seguiu para Itajubá e, de lá, para as águas virtuosas de Caxambu, onde faria um tratamento para se engravidar, pois segundo se acreditava, as referidas águas “dão excelente resultado nesse sentido”. A Casa de Bragança precisava de mais um herdeiro, com urgência! (...)
Naquela época, quando altas personalidades visitavam um lugar, hospedavam-se, geralmente, em casas de famílias ilustres, onde até as colchas e toalhas tinham bordaduras em ouro. Em tais ocasiões, as baixelas de prata polida saíam das cristaleiras para compor a mesa, que deveria ser ocupadas pelos visitantes. Banhos com essências perfumadas eram preparados e tudo fazia lembrar a realeza. O casal real, nessa ocasião, hospedou-se na casa do Dr. Joaquim Delfino Ribeiro da Luz.
Importante enfatizar que o topônimo Cristina foi dado em homenagem à Imperatriz Tereza Cristina, mãe da Princesa Isabel, conforme aprovação unânime da Assembléia Legislativa Provincial de Minas Gerais. (...)
Nessa oportunidade queremos homenagear a cidade pitoresca de Cristina, que nos faz lembrar da Rainha Cristina da Suécia, a protetora de Descartes, o criador do cartesianismo (método para dirigir o raciocínio). (...)
  Esse texto foi publicado na Folha Andradense em 12 de janeiro de 2001.
* Sebastião Roberto de Campos é historiador de Andradas, membro da Academia de Letras de Poços de Caldas. Fez vária2.0pt">Esse texto foi publicado na Folha Andradense em 12 de janeiro de 2001.
* Sebastião Roberto de Campos é historiador de Andradas, membro da Academia de Letras de Poços de Caldas. Fez várias pesquisas sobre o sul de Minas.

CASARÃO ONDE SE HOSPEDARAM

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